Este trabalho tem como pressuposto que a análise de novas formas organizacionais deve superar tanto perspectivas sobressocializadas quanto perspectivas subsocializadas. Isso quer dizer que é necessário superar, respectivamente, os estudos que reduzem a explicação de formas organizacionais a aspectos de origem puramente cultural, como também aqueles que reduzem sua explicação a aspectos puramente econômicos ou de mercado. As formas organizacionais sociais e econômicas apresentam, simultaneamente, uma dependência e uma autonomia em relação aos quadros cultural e institucional de cada país, estando imbricadas nesses quadros. Numa perspectiva contextualizada, múltiplas identidades se tornam possíveis, as quais não são necessariamente oriundas de uma cultura dominante. De acordo com Clegg (1998), o objeto de análise não deve ser necessariamente as organizações em si, mas os processos e mecanismos que permitem a organização e a desorganização. É proposta a perspectiva do embeddedness como um referencial de análise que supera os limites das abordagens comumente utilizadas para identificar e compreender as novas formas organizacionais. O conceito de embeddedness e seus mecanismos permitem trazer à tona várias narrativas (cultural, política, estrutural e cognitiva), e através delas se compreende como as organizações são formadas e mudadas, possibilitando enfocar questões por uma ótica ainda pouco trabalhada nos estudos organizacionais.This paper considers that an analysis about new organizational forms must overcome both subsocialized and under socialized perspectives. It means that it's necessary to overcome respectively the studies that understand the organizational forms merely as a cultural issue and the studies which usually focus their analysis strictly on the economic aspects or on the market forces. Both social and economic organizational forms are at the same time dependent and independent on the cultural and institutional context in the different countries. Thus, they are embeddedness in this framework, and in this sense, multiple identities are something possible but not necessarily derived from a dominant culture. According to Clegg (1990), the process and mechanisms that allow organization and the disorganization must be the theoretical object of analysis, not necessarily the organization per se. This study proposes the concept of embeddedness as an analysis framework that can overcome limits of the approaches usually adopted to identify and understand new organizational forms. The concept of embeddedness and its mechanisms allows evincing different narratives (cultural, political, structural, and cognitive). These narratives allow us to understand the way organizations are arranged and how they change, in the sense they focus on different questions in a so uncommon perspective in terms of organizations studies.
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Baldi, M. (2004). Novas formas organizacionais: a necessidade de superação das perspectivas sobressocializadas e subsocializadas. Cadernos EBAPE.BR, 2(1), 01–15. https://doi.org/10.1590/s1679-39512004000100003
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