Apesar dos recentes investimentos acadêmicos, o trabalho das mulheres ainda é pouco conhecido, como comprovam as insistentes iniciativas de lembrar a sua importância na vida das mesmas, para toná-las mais visíveis e valorizadas. Colabo-ra com este pouco conhecimento o fato de que as categorias habituais de análise econômica e so-cial, durante muito tempo, omitiram ou negaram as atividades femininas ou as associaram exclusi-vamente a um universo particular denominado “os trabalhos das mulheres”, marcados por um grande número de estereótipos que escamoteiam capacidades adquiridas socialmente. O objetivo do artigo é analisar a construção social da no-ção “trabalho de mulher” a partir da refl exão de duas situações empíricas do extrativismo da mangaba praticado, predominantemente, pelas mulheres nas regiões Norte e Nordeste do Bra-sil. A pesquisa foi realizada no ano de 2007 nos municípios de Indiaroba/SE (Povoado Pontal) e Salvaterra/PA (Ilha de Marajó). Não obstante a distância e as particularidades sócio-culturais, existe a idéia de que o extrativismo da mangaba é “trabalho de mulher”. Quais os signifi cados atribuídos a essa expressão em tão diferentes contextos?
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Mota, D. M. da, Schmitz, H., Silva Júnior, J. F. da, Rodrigues, R. F. de A., & Alves, J. N. F. (2008). O extrativismo de mangaba é “trabalho de mulher”? Duas situações empíricas no Nordeste e Norte do Brasil. Novos Cadernos NAEA, 11(2). https://doi.org/10.5801/ncn.v11i2.276
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