O objetivo deste estudo é estimar e caracterizar a participação de idosas no mercado de trabalho e investigar diferenciais de saúde, segundo sua inserção nesse mercado, após considerar a influência de fatores sociodemográficos. O estudo incluiu 4.607 com 65 anos e mais, residentes em dez regiões metropolitanas brasileiras e participantes da PNAD/98. Foram definidas as categorias: trabalhando, aposentada e outra. A análise incluiu o qui-quadrado e o odds ratio estimado através de regressão logística multinomial. Quase 10% das mulheres trabalhavam, 42% eram aposentadas e 48% não trabalhavam nem eram aposentadas. As idosas ocupadas eram mais jovens, tinham maior renda, e de 4 a 7 anos de escolaridade. O fato de estar trabalhando esteve associado à melhor percepção da própria saúde, menor relato de doenças crônicas, plano privado de saúde, menor relato de consulta e internação hospitalar, melhores indicadores de autonomia e mobilidade física e maior freqüência de consulta odontológica. A permanência das idosas na vida ativa é inferior à dos homens brasileiros no mesmo período. Os diferenciais de saúde relacionados ao trabalho são mais acentuados entre as mulheres. É fundamental determinar se os diferenciais de saúde observados entre idosas, também são encontrados nas mulheres em idade ativa.The objective of this study is to estimate and describe the participation of aged women in the labour market, and to investigate health differentials according to their working position, after considering the influence of social and demographic factors. This study comprises 4.607 females aged 65 or more, residents in 10 Brazilian metropolitan regions and participants of PNAD conducted in 1998. The following working categories have been defined: working, retired and other. The analysis was based on qui-square tests and odds ratios were obtained by multinomial logistic regression. Almost 10% of the aged women worked, 42% were retired, and 48% did not work nor were retired. Working women were younger, had higher income and schooling level between 4 and 7 years. Working was associated with better self-perceived health, less report of chronic diseases, having private health plan, less medical visits and hospitalisations, better indicators of autonomy and physical mobility and more dentist visits. Our results show that the proportion of women who remain in the active life in older ages is much lower than that found among Brazilian males in the same period. It is important to determine if the observed differentials in health among aged women are also found among women in active age.
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Giatti, L., & Barreto, S. M. (2002). Trabalho feminino e saúde na terceira idade. Ciência & Saúde Coletiva, 7(4), 825–839. https://doi.org/10.1590/s1413-81232002000400016
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