OBJETIVO: Analisar fatores associados à não-amamentação na primeira hora de vida, sobretudo a influência do momento do resultado do teste rápido anti-HIV. MÉTODOS: Estudo de coorte, sendo o ponto inicial a submissão ao teste rápido e o final a primeira mamada do bebê. A população estudada incluiu 944 parturientes submetidas ao teste rápido anti-HIV, com resultado negativo, em 2006, nos cinco hospitais amigos da criança do Sistema de Gestação de Alto Risco no município do Rio de Janeiro, RJ. Entrevistadoras treinadas obtiveram dados do laboratório e do prontuário e no pós-parto aplicaram questionário para entrevista às mães. O modelo multinível foi adotado para analisar a influência de características sociodemográficas, de assistência pré-natal e ao parto sobre a não-amamentação na primeira hora de vida. RESULTADOS: Dentre as participantes, apenas 15,6% receberam seu resultado antes do parto, 30,8% depois do parto e 53,6% ainda desconheciam o resultado ao ser entrevistada. A prevalência de não-amamentação na primeira hora de vida foi de 52,5% (IC 95%: 49,3;55,8). Após ajuste, o recebimento do resultado do teste rápido após o parto dobrou o risco da não-amamentação na primeira hora de vida (RR=2,06; IC 95%: 1,55;2,75). Outros fatores de risco foram: cor não branca, renda materna de um salário mínimo ou menos, parto cesáreo, mãe não querer amamentar o bebê ao nascimento e mãe referir que a equipe hospitalar não a escutava. O desconhecimento da realização do teste rápido anti-HIV pela mãe se mostrou como fator de proteção. CONCLUSÕES: O principal fator de risco para a não-amamentação na primeira hora de vida foi o recebimento do resultado do teste rápido após o parto. O teste anti-HIV deve ser amplamente disponibilizado no pré-natal e o teste rápido deve ser realizado sob indicação, na admissão, com busca ativa e pronta comunicação do resultado à mulher.OBJETIVO: Analizar factores asociados al no amamantamiento en la primera hora de vida, sobretodo la influencia del momento del resultado de la prueba rápida anti-HIV. MÉTODOS: Estudio de cohorte, siendo el punto inicial al sometimiento a la prueba rápida y el final la primera mamada del bebé. La población estudiada incluyó 944 parturientas sometidas a la prueba rápida anti-HIV, con resultado negativo, en 2006, en los cinco hospitales amigos del niño del Sistema de Gestación de Alto Riesgo en el municipio de Rio Janeiro, Sureste de Brasil. Entrevistadoras entrenadas obtuvieron datos del laboratorio y del prontuario y en el post parto aplicaron cuestionario para entrevistar a las madres. El modelo multinivel fue adoptado para analizar la influencia de características sociodemográficas, de asistencia pre-natal y al parto sobre el no amamantamiento en la primera hora de vida. RESULTADOS: Entre las participantes, apenas 15,6% recibieron su resultado antes del parto, 30,8% después del parto y 53,6% aún desconocían el resultado al ser entrevistadas. La prevalencia de no amamantamiento en la primera hora de vida fue de 52,5% (IC 95%: 49,3;55,8). Posterior al ajuste, el recibimiento del resultado de la prueba rápida posterior al parto duplicó el riesgo de no amamantamiento en la primera hora de vida (RR=2,06; IC 95%: 1,55;2,75). Otros factores de riesgo fueron: color no blanco, renta materna de un salario mínimo o menos, parto cesáreo, madre no querer amamantar el bebé al nacimiento y madre referir que el equipo hospitalario no la escuchaba. El desconocimiento de la realización de la prueba rápida anti-HIV por la madre se mostró como factor de protección. CONCLUSIONES: El principal factor de riesgo para el no amamantamiento en la primera hora de vida fue el recibimiento del resultado de la prueba rápida posterior al parto. La prueba anti-HIV debe ser ampliamente disponibilizada en el pre-natal y la prueba rápida debe ser realizada bajo indicación, en la admisión, con búsqueda activa y rápida comunicación del resultado a la mujer.OBJECTIVE: To analyze factors associated with failure to breastfeed during the first hour of life, especially the influence of time of delivery of rapid HIV test results. METHODS: Cohort study, beginning with the administration of the rapid test and ending the first time the baby is breastfed. The study population included 944 delivering mothers that received rapid HIV testing with a negative result in five Baby-Friendly hospitals of the High-Risk Pregnancy System in the city of Rio de Janeiro, Southeastern Brazil, in 2006. Trained interviewers obtained data from laboratory and patient charts and interviewed mothers shortly after delivery. The influence of sociodemographic variables and antenatal and delivery care characteristics on failure to breastfeed during the first hour of life was determined through a multilevel model. RESULTS: Among participants, 15.6% received the result of rapid HIV testing before delivery, 30.8% after delivery, and 53.6% had not yet been informed of their results at the time of the interview. Prevalence of failure to breastfeed in the first hour of life was 52.5% (95% CI: 49.3;55.8). After adjustment, having received the result of rapid testing only after delivery doubled the risk of failing to breastfeed in the first hour (RR=2.06; 95% CI: 1.55;2.75). Other risk factors included nonwhite skin color, maternal income of up to one minimum wage, delivery by C-section, mother's lack of desire to breastfeed at birth, and mother's report that the hospital staff did not listen to her. Lack of knowledge of HIV testing from the mother's part was found to be a protective factor. CONCLUSIONS: The major risk factor for not breastfeeding in the first hour of life was failure to receive the results of rapid HIV testing prior to delivery. HIV testing should be made widely available during antenatal care; rapid testing should be performed upon admission, only when indicated, and with active search and prompt delivery of results to expecting mothers.
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Oliveira, M. I. C. de, Silva, K. S. da, Gomes Junior, S. C., & Fonseca, V. M. (2010). Resultado do teste rápido anti-HIV após o parto: uma ameaça à amamentação ao nascimento. Revista de Saúde Pública, 44(1), 60–69. https://doi.org/10.1590/s0034-89102010000100007
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