A securitização é uma modalidade de estruturação financeira em que uma empresa obtém recursos diretamente no Mercado de Capitais através da cessão de seus recebíveis. No Brasil, a securitização vem se desenvolvendo na forma dos fundos de investimento em direitos creditórios, que captam recursos através da emissão de cotas seniores, adquiridas por investidores qualificados, e de cotas subordinadas, usualmente adquiridas pelo originador dos créditos. Este artigo avalia os riscos e os retornos para os investidores, através de um modelo de simulação estocástica das variáveis taxas de juros e taxas de inadimplência, considerando também as características do fundo, tais como o percentual de cotas subordinadas, tipo de ativo securitizado e proporção de recebíveis sobre o ativo total do fundo. Os resultados obtidos indicam que, para o investidor em cotas sênior, é altamente improvável a obtenção de retorno inferior à taxa indicativa do fundo. Para o investidor em cotas subordinadas, o risco de retorno inferior à taxa de juros é baixo, em decorrência dos spreads praticados no mercado financeiro brasileiro. As simulações realizadas indicam também que, em níveis normais de volatilidade das taxas de juros, as perdas de crédito são a componente principal do risco das cotas. Dentro do conjunto das análises desenvolvidas observou-se que as exigências de capital dos bancos que securitizam ativos e carregam cotas subordinadas em seu balanço é bastante conservadora, em comparação com os padrões internacionais.
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Catão, G. C., Rodrigues, R. N., Libonati, J. J., & Lagioia, U. C. T. (2009). Securitização de Recebíveis no Setor Bancário Brasileiro: Um Estudo Empírico. Brazilian Review of Finance, 7(3), 327–345. https://doi.org/10.12660/rbfin.v7n3.2009.1309
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