OBJETIVO: Avaliar a importância relativa do Índice de Massa Corporal (IMC) e da circunferência abdominal na determinação da hipertensão arterial em adultos. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra de funcionários (N=1.584), entre 18 e 64 anos de idade, de hospital geral privado do município de São Paulo. A coleta de dados envolveu questionário estruturado, medida da pressão arterial, peso, altura e circunferência abdominal. A hipertensão foi diagnosticada com pressão arterial > 140/90 mmHg ou uso de medicação anti-hipertensiva. A importância relativa do IMC e da circunferência abdominal foi calculada pela fração atribuível de hipertensão correspondente a cada indicador antropométrico, empregando-se níveis de cortes usuais e baseados na distribuição observada na população estudada. Adicionalmente, foi desenvolvido um indicador que combinou simultaneamente valores de IMC e circunferência abdominal. RESULTADOS: A prevalência de hipertensão foi de 18,9% (26,9% em homens e 12,5% em mulheres). Em homens, a fração de hipertensão atribuível ao IMC superou aquela atribuível à circunferência abdominal segundo níveis de corte usuais (56% x 48%, respectivamente) e quartis da distribuição observada (73% x 69%, respectivamente). Para mulheres, a fração de hipertensão atribuível à circunferência abdominal superou ligeiramente aquela atribuível ao IMC nos níveis de corte usuais (44% x 41%, respectivamente); mas se observou situação inversa empregando a classificação em quartis (41% x 57%, respectivamente). Somente em mulheres a fração de hipertensão atribuível ao indicador que combinou IMC e circunferência abdominal (64%) superou a fração atribuível a cada medida isolada. CONCLUSÕES: Tanto o IMC quanto a circunferência abdominal se associaram positiva e independentemente com a ocorrência de hipertensão arterial, sendo superior a influência exercida pelo IMC em homens.OBJECTIVE: To assess the relative importance of Body Mass Index (BMI) and waist circumference for the determination of hypertension in adults. METHODS: Cross sectional analysis of a sample of employees (N=1,584), aged 18 to 64 years, from a private general hospital in the city of São Paulo, Brazil. Data collection included the application of a structured questionnaire and blood pressure, weight, high, and waist circumference measurements. Hypertension was defined as blood pressure levels > 140/90 mmHg or reported use of anti-hypertensive medication. The relative importance of BMI and waist circumference was evaluated by calculating the attributable fraction of hypertension corresponding to each anthropometric indicator, employing both the usual cut-off points as well as cut-off points based on the observed distribution of the indicator in the population. In addition, an indicator combining simultaneously BMI and abdominal circumference values was also developed. RESULTS: Prevalence of hypertension was 18.9% (26.9% in men and 12.5% in women). In men, the fraction of hypertension attributable to BMI exceeded the fraction attributable to waist circumference based on the usual cut-off points for the indicators (56% vs. 48%, respectively) and also considering the quartiles of the observed distribution for these indicators (73% vs. 69%, respectively). In women, the fraction of hypertension attributable to waist circumference was slightly higher than the fraction attributable to BMI based on the usual cut off points for both indicators (44% vs. 41%), but the reverse was true when quartiles of the observed distribution were used (41% vs. 57%, respectively). In women only, the fraction of hypertension attributable to the indicator combining BMI and waist circumference (64%) was higher that observed using each indicator alone. CONCLUSIONS: Both BMI and abdominal circumference were positively and independently associated with the occurrence of arterial hypertension, the influence of BMI being higher among men.
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Sarno, F., & Monteiro, C. A. (2007). Importância relativa do Índice de Massa Corporal e da circunferência abdominal na predição da hipertensão arterial. Revista de Saúde Pública, 41(5), 788–796. https://doi.org/10.1590/s0034-89102007000500013
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