Neste breve relato de campo faço uma reflexão sobre o trajeto etnográfico da pesquisa que venho realizando em uma igreja do Santo Daime, no Céu do Beija-Flor, desde 2012. A especificidade desta pesquisa é o meu envolvimento pessoal com o grupo estudado, onde sou um iniciado, membro ativo dos trabalhos da casa, um fardado. Para tal intento, trago para o diálogo experiências e reflexões de etnógrafos que vem estudando a sociedade moderna, contemporânea, aquela que acostumamos a vulgarmente denominar “nós”. Como chave interpretativa, faço uma analogia entre o processo de iniciação acadêmica e religiosa, processos ocorrem em mim enquanto pessoa e pesquisador e que suscitam uma série de reflexões: Como fundamentar uma pesquisa objetiva sobre o grupo do qual faço parte como “nativo”? Quais são os benefícios e problemas do olhar de dentro de um iniciado? Quais reflexões esse tipo de pesquisa pode trazer para dentro da disciplina? In this brief field report I make a reflection on the ethnographic research I have being carrying out since 2012 at a Santo Daime church called “Céu do Beija-Flor”. My personal involvement with this group, where I am a “fardado” \(iniciate\) and an active member, constitutes the specificity of this research. Therefore, I set a dialogue between the experiences and reflections developed by ethnographers who has been studying the modern, contemporary society, the one usually called "us." As an interpretive key, I make an analogy between the process of academic and religious initiation processes, processes that take place in me as a person and researcher, to pose series of reflections: How to base an objective research on the group to which I belong as "native"? What are the benefits and problems of looking at the research as an initiate? Which reflections this kind of research can bring into the discipline?
CITATION STYLE
Maas, M. H. Z. (2015). Quando o “nativo” é pesquisador. Ponto Urbe, (17). https://doi.org/10.4000/pontourbe.2896
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.