O presente artigo parte da inter-relação analítica entre corpo e mundo social para se debruçar sobre a articulação entre o corpo e a cidade, duas dimensões materiais, geográficas, sociais e políticas que se perpassam e se influenciam como territórios físicos e culturais de produção e enunciação de processos sociais e políticos. Enfocando, sobretudo, as vidas e os corpos das pessoas que vivem ou trabalham em situação precária nas ruas, pontuamos que a produção e a reprodução da vida diária têm o espaço físico e as redefinições contínuas sofridas por ele como sua base e condição cotidiana de existência. Nesse sentido, o corpo aparece não apenas como presença imagética e material ou como metáfora de projetos urbanos, mas como uma experiência concreta, múltipla e influente na própria constituição da cidade. Nessa relação específica de escala entre corpo e cidade, portanto, a condição de precariedade aparece como fundamental, pondo a nu e de forma conflitiva como as condições socioeconômicas, bem como as imposições do poder urbanístico sobre determinados sujeitos, vão moldando corpos abjetos resistentes e tendo paisagens urbanas redesenhadas.Palavras-Chave: Corporalidade. Habitantes de rua. Espaço urbano. Teoria Antropológica.
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Frangella, S., & Rui, T. (2018). CORPOS PRECÁRIOS: apontamentos para a relação entre corpo e cidade. REVISTA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - POLÍTICA & TRABALHO, 1(47), 23. https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2017v1n47.36734
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