Preditores biopsicossociais de incapacidade física e depressão em trabalhadores do setor de frigoríficos atendidos em um programa de reabilitação profissional

  • Sardá Junior J
  • Kupek E
  • Cruz R
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Abstract

Um grande número de trabalhadores é acometido por doenças ocupacionais que tem, dentre seus sintomas, dores crônicas, incapacidade e depressão. Embora existam evidências sobre a contribuição de fatores relacionados ao ambiente de trabalho e fatores orgânicos em quadros de doenças ocupacionais, a incapacidade e a presença de depressão associadas a essas condições são fenômenos multifatoriais mediados por aspectos biopsicossociais. O presente artigo examina as relações entre fatores clínicos, ambientais, demográficos e incapacidade, depressão em uma população de trabalhadores do setor de frigoríficos (n=234) atendidos por um programa de reabilitação profissional. Este estudo pode ser descrito como de corte transversal, utilizando análises estatísticas descritivas e inferenciais (regressões multivariadas). Os dados foram coletados utilizando um questionário demográfico e clínico, o Questionário Roland e Morris, a escala de depressão do HADS e a Medida de Independência Funcional – MIF. Os resultados demonstraram que em todos os instrumentos utilizados, o escore final (após reabilitação) foi fortemente determinado pelo escore inicial (antes da reabilitação), com pouca influência das outras variáveis independentes. A mudança nos níveis de incapacidade parece estar associada a presença de ganho financeiro (p=0.057). O escore final do MIF foi inversamente relacionado com o tempo de afastamento (p=0.006). A variação dos escores finais entre as categorias do CID-10 não foi estatisticamente significativa para nenhum desfecho. De maneira geral, a maior prevalência de mulheres dentre os trabalhadores afastados, e a prevalência de doenças músculo-esqueléticas e depressão, ou a associação de ambas. A variável idade foi preditor de incapacidade (RM) e a variável tempo de afastamento foi preditora de incapacidade para o trabalho medida pelo MIF. Nenhuma das variáveis examinadas contribuiu para a mudança dos escores de depressão. De maneira geral, os resultados são consistentes com os achados descritos na literatura e, confirmam que diversos fatores contribuem para a incapacidade e depressão de trabalhadores com diagnóstico de doenças ocupacionais, tal como preconizado pelo modelo biopsicossocial.

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Sardá Junior, J. J., Kupek, E., & Cruz, R. M. (2009). Preditores biopsicossociais de incapacidade física e depressão em trabalhadores do setor de frigoríficos atendidos em um programa de reabilitação profissional. Acta Fisiátrica, 16(2), 76–80. https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v16i2a103171

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