RESUMO: Vivemos uma conjuntura paradoxal: um significativo aumento na capacidade técnica de arquivamento e armazenamento do passado e a experimentação de uma velocidade do tempo que parece limitar esse mesmo arquivamento dos eventos e experiências vividas. Se o próprio presente quer fazer-se passado, sobretudo pela escrita com imagens, como construir sobre ele um conhecimento que se fundou exatamente no pressuposto de que passado e presente se constituiriam em duas ordens temporais radicalmente diversas e distintas, demandando o tempo como condição necessária de transformação de eventos e experiências em passado. O presente artigo pretende investigar algumas das estratégias contemporâneas de dar visibilidade ao passado, compreendendo-as como parte de um esforço social de culturalização do tempo. PALAVRAS-CHAVE: Cultura visual. História e Imagem. Patrimônio. Memória. ABSTRACT: We are caught in a paradox. On the one hand, our technical capabilities for archiving and preserving the past have improved significantly; on the other, the swift pace of modern life seems to limit that selfsame capacity to register past events and experiences. If the present presses on to make itself past, particularly through writing with images, how can we build upon it a body of knowledge that is precisely grounded in the assumption that past and present are two radically different and separate dimensions of time, requiring time to turn events and experiences into history? The intent of this paper is to look into some of the current strategies used to lend visibility to the past as part of a social effort to transform time into culture.
CITATION STYLE
Guimarães, M. L. S. (2007). Vendo o passado: representação e escrita da história. Anais Do Museu Paulista: História e Cultura Material, 15(2), 11–30. https://doi.org/10.1590/s0101-47142007000200002
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.