Este artigo aborda as relações dos habitantes das periferias francesas com a política1, mais precisamente daqueles oriundos das imigrações argelinas e marroquinas. Pretende explicar as razões pelas quais o militantismo dos filhos de imigrados é pouco visto e pouco reconhecido como tal pela esquerda municipal, em particular o Partido Comunista (PC), que administra, ainda hoje, numerosas prefeituras nas periferias francesas. Este texto apóia-se nos resultados de uma pesquisa etnográfica realizada nos anos de 19902 na cidade de Gennevilliers, situada no noroeste de Paris, onde nenhum dos filhos de imigrados envolvidos em associações locais chegou a figurar, até 1995, nas listas eleitorais do PC, que governa a cidade desde os anos de 1930.
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Masclet, O. (2006). Bairros sem voz. Tempo Social, 18(1). https://doi.org/10.1590/s0103-20702006000100004
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