Há um século nascia Os Sertões, verdadeiro monumento da cultura literária brasileira. Indissociável à própria idéia de Brasil, o livro foi considerado, ao longo desse período, como obra essencialmente nacional, a desvelar um Brasil profundo e autêntico. No entanto, poucas vezes se questionaram as conflituosas relações entre os conceitos de sertão e nação existentes no pensamento de Euclides da Cunha. Neste sentido, propomo-nos aqui a discutir esse problema, tomando como ponto de referência boa parte do corpus textual euclidiano. Procuramos compreender como o escritor, ao mesmo tempo em que constrói o mito da brasilidade sertaneja, vivencia-o de forma singularmente dramática.Os Sertões, a real monument of Brazilian culture, was published one hundred years ago. The book was considered as an essentially national text, discovering a deep and authentic Brazil. However, only a few times, the conflicting relations between Euclides da Cunha's concepts of hinterland and nation were questioned. Thus, I intend to discuss that problem based on "euclidiano" textual corpus. I will emphasize his elaboration of the myth of rustic "brasilidade" and his personal and dramatic experience.
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Oliveira, R. de. (2002). Euclides da Cunha, Os Sertões e a invenção de um Brasil profundo. Revista Brasileira de História, 22(44), 511–537. https://doi.org/10.1590/s0102-01882002000200012
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