O objetivo deste artigo é apresentar os resultados preliminares da pesquisa "O Negro na PM", realizada em 2000-2001, cujos principais objetivos foram lançar luz sobre a carreira dos afro-brasileiros na PM, como é coloquialmente chamada essa Força Policial, e também sobre os discursos em torno da "raça" e da identidade negra. Assim, foram analisadas as condições de trabalho e da realidade cotidiana das tarefas policiais da PM, que se especializa no policiamento ostensivo uniformizado. Foram realizadas cinqüenta entrevistas em profundidade com soldados e oficiais de quatro Batalhões e do Quartel-General da Polícia Militar. Embora a pesquisa não tenha a pretensão de ser estatisticamente significativa, foi feito um esforço especial para conseguir um bom corte transversal da corporação. Para tanto, foi escolhido um Batalhão em uma região predominantemente pobre e, outro, em uma região quase toda de classe média. Quase metade dos informantes eram soldados, compondo-se os demais de oficiais de diversas patentes. Embora o foco tenha incidido sobre os policiais negros, também se entrevistou um pequeno grupo de controle composto por PMs brancos.This article’s object is to show the preliminary results of a research called "The Negroes on the Military Police", which main purpose is to present the careers of African-Brazilians on the MP - how it is often called this Police Force - and to present speeches about race and the Negro identity. Therefore, work conditions and the day-after-day reality of the MP tasks were analyzed, being this latter specialized in ostensive uniformed policing. Fifty in-depth interviews were made with soldiers and officers from four battalions and from the Military Police Headquarter. Although this research was not intended to have statistic significance, a especial effort was made to do a deep study inside the corporation. To do that, one battalion was chosen in a predominantly poor area, and another one in a middle-class area. Almost half of the interviewed were soldiers, the others being officers of several ranks. In spite the focus of the research was Negro policemen, a small group formed by white Military policemen has also been interviewed.Le but de cet article est de présenter les premiers résultats d’une enquête sur « Le Noir à la Police Militaire (PM) » dont les principaux objectifs étaient d’éclairer la carrière des afro-brésiliens de la PM, nom donné à cette « Force de Police », mais aussi sur les discours autour de la notion de « race » et l’identité noire. Ainsi, on a analysé les conditions de travail et la realité quotidienne des tâches assignées aux policiers de la PM, qui se sont especialisés dans la surveillance policière intensive faite par des PM en uniforme. On a fait cinquante interviews approfondies avec des soldats et des oficiers de quatre casernes et du Quartier Général de la Police Militaire. Même si cette recherche ne prétend pas être statisquement représentative, il y a eu un effort particulier pour obtenir une coupure transversale de cette corporation. Pour ce faire, on a choisi une caserne située dans une région à population dominante particulièrement pauvre et une autre située dans une région où la classe moyenne était importante. Presque la moitié des informateurs étaient des soldats et, les autres, des oficiers de différents grades. Même si l’on a centré cette recherche sur les policiers noirs, un petit groupe contrôle, constitué de PM blancs, a été également interviewé.
CITATION STYLE
Sansone, L. (2002). Fugindo para a força: cultura corporativista e “cor” na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Estudos Afro-Asiáticos, 24(3), 513–532. https://doi.org/10.1590/s0101-546x2002000300004
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