O gênero evidencia-se como um fator determinante na vida das mulheres. De acordo com as estruturas sociais, elas são obrigadas a vivenciar situações marcadas pela discriminação de gênero, opressão, machismo e misoginia. As mulheres constroem o espaço geográfico de forma diferenciada dos outros grupos sociais, lutando cotidianamente contra a exclusão sócio-espacial, a favor da equidade, de sua afirmação e de seu direito a ocupar diferentes âmbitos da sociedade. Neste sentido, a temática da pesquisa se relaciona à Geografia por meio da questão da espacialidade que as mulheres ocupam ou deveriam ocupar, principalmente por meio do Hip Hop e de seu elemento rap, uma vez que atribuem visibilidade às populações vulneráveis e se evidenciam como potenciais ferramentas para auxiliar as mulheres na reivindicação de seus direitos e denúncia das desigualdades. Por meio deste artigo, objetiva-se investigar como a mulher é retratada nos raps masculinos e femininos a fim de compreender se existem diferenças nas formas de representação e quais os desdobramentos que esse cenário pode provocar nas espacialidades instituídas. Para tanto, 20 raps – 10 cantados por homens e 10 por mulheres – foram analisados por meio da Análise de Conteúdo de Bardin (1977) que possibilitou compreender se as mulheres estão ocupando espaços no Hip Hop e no rap, quais as relações sociais e de poder que estão sendo estabelecidas e em que medida os elementos contribuem para sua afirmação. A primeira parte do artigo discute a temática de gênero, do feminismo, das Geografias Feministas e do Hip Hop, a segunda parte contém os materiais e métodos utilizados na pesquisa e a terceira parte apresenta os resultados obtidos.
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Marques, A. C. D. S., & Fonseca, R. L. (2020). A representação das mulheres no rap: instituindo espacialidades, quebrando barreiras. Geography Department University of Sao Paulo, 39, 25–37. https://doi.org/10.11606/rdg.v39i0.158041
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