Neste artigo irei abordar as transformações em curso em tornodo kampô, a aplicação da secreção do sapo-verde, entre os Katukina. Interessam-me os efeitos sociológicos e conceituais que se processam entre osKatukina com a popularização do kampô no meio urbano e sua valorizaçãocomo um recurso genético da biodiversidade de particular interesse para aciência. Assim, serão apresentadas e discutidas as transformações que têminício com a popularização do kampô no meio urbano, os embates internose externos que surgem por causa delas e como afetam e interagem com asconcepções nativas sobre o que se entende como um conhecimento. Seguireineste esforço, entre outras coisas, buscando uma exegese do termo Nokehaweti, que tem sido corriqueiramente traduzido como “cultura”, e abordandoparte do vocabulário relativo às formas de aprender, no qual a audiçãoe a visão ocupam um lugar de destaque e aparecem estritamente associadas.Ao final, buscarei explorar as elaborações e interpretações própriasdos Katukina sobre a “perda”, palavra recorrente quando se discutem osconhecimentos tradicionais, o patrimônio material e imaterial e a valorizaçãocultural.
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Lima, E. C. de. (2012). “A gente é que sabe” ou sobre as coisas katukina (pano). Revista de Antropologia, 55(1). https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2012.46962
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