A natureza humana é uma relação entre espécies. Neste ensaio, o conceito de espécies companheiras de Donna Haraway nos leva além dos companheiros familiares, nos leva para a rica diversidade ecológica sem a qual os seres humanos não podem sobreviver. Aqui busca-se nosso alimento seguindo os fungos nos últimos dez mil anos de história de perturbação humana, em companhia multiespécies e feminista. Os cereais domesticam os seres humanos. As monoculturas nos dão as subespécies chamadas de raças. O lar isola o amor intraespécies do amor interespécies. Mas os cogumelos coletados nos levam para outro lugar: para as bordas indisciplinadas e as costuras do espaço imperial, onde não se pode ignorar as interdependências entre espécies que nos dão à vida na Terra. Há muita história para contar aqui, e tais histórias não devem ser deixadas para os triunfalistas humanos que controlam o campo. Este ensaio abre as portas para as paisagens multiespécies como protagonistas de histórias do mundo.
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Tsing, A. (2015). Margens Indomáveis: cogumelos como espécies companheiras. Ilha Revista de Antropologia, 17(1), 177. https://doi.org/10.5007/2175-8034.2015v17n1p177
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