A exposição ambiental aos fungicidas agrícolas abre caminho para a seleção e multiplicação de fungos resistentes a esses compostos. Contudo, este estudo teve como objetivo avaliar a resistência cruzada entre agrotóxicos e antifúngicos clínicos contra Cryptococcus neoformans. Foram determinadas a concentração inibitória mínima (CIM) para os agrotóxicos epoxiconazol e para o carbendazim, e para os antifúngicos fluconazol e anfotericina B pelo teste de microdiluição antifúngica frente a um isolado clínico de Cryptococcus neoformans, antes e após o contato com os fungicidas agrícolas. O fluconazol foi diluído em água, o Epoxiconazol e o Carbendazim foram diluídos em DMSO na concentração de 1500 µg/mL. A Anfotericina B foi diluída em DMSO na concentração de 1000 µg/mL. As placas foram incubadas a 35ºC por 72 horas e a CIM foi determinada visualmente como 100% de inibição do crescimento. Antes do contato com os agrotóxicos, foram observadas altas concentrações inibitórias mínimas para o carbendazim (64μg/mL), enquanto as CIM da anfotericina B (2 μg/mL), do fluconazol (0,5 μg/mL) e do epoxiconazol (0,25 μg/mL) frente a C. neoformans foram menores. No entanto, após o contato com os agrotóxicos, a CIM para fluconazol aumentou 4 vezes (8 μg/mL) e para a anfotericina B aumentou 3 vezes (16 μg/mL). Os resultados do nosso estudo puderam comprovar que há a possibilidade de resistência cruzada entre fungicidas agrícolas e os principais antifúngicos de uso clínico e pode ser uma das hipóteses da resistência primária que vem sendo observada durante o tratamento da criptococose. PALAVRAS-CHAVE: Cryptococcus; agrotóxicos; resistência; antifúngicos.
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Araújo, I. C. da S. de, Ferreira, R. L. P. S., Macedo, A. T., Santos, J. C. B., & Santos, J. A. R. dos. (2018). RESISTÊNCIA CRUZADA ENTRE AGROTÓXICOS E ANTIFÚNGICOS DE USO CLÍNICO CONTRA Cryptococcus neoformans. Revista Ceuma Perspectivas, 30(1), 66. https://doi.org/10.24863/rccp.v30i1.207
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