O presente artigo se propõe a desagregar os fluxos migratórios nacionais e internacionais para o estado de São Paulo, com vistas a analisar as características socioeconômicas, demográficas e ocupacionais destes migrantes na primeira década do século XXI. O trabalho parte da hipótese de homogeneidade no perfil do imigrante, independente de este ir morar na metrópole (Região Metropolitana de São Paulo – RMSP), ou no interior. Este resultado seria reflexo de um processo de metropolização do interior, o qual tem ocorrido no estado de São Paulo ao longo das últimas décadas. O trabalho objetiva, assim, verificar a existência de diferenciais entre o interior e a metrópole, para discutir a validade da distinção entre estas áreas. Os resultados apresentados mostram que há algumas diferenças entre o interior e a RMSP, sobretudo em termos de perfil ocupacional e de composição dos fluxos imigratórios. Entretanto, não foram constatadas diferenças tão gritantes quanto ao perfil da migração. O que mantém em pé a necessidade de se separar interior de metrópole é a composição dos fluxos migratórios stricto sensu, significativamente distintos no século XXI. Constatou-se, enfim, que o interior urbano paulista necessita de algum tipo de desagregação, pois é possível que os resultados parecidos entre a RMSP e o interior urbano sejam fruto do efeito de composição deste interior – no qual convivem regiões metropolitanas, como a de Campinas e a da Baixada Santista, e áreas ainda de expansão urbana.
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Maria, P. F. D., & Baeninger, R. (2017). Imigração em São Paulo. Revista Geografias, 41–62. https://doi.org/10.35699/2237-549x..13446
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