Afinal, por que razão queremos ou sentimos necessidade de analisar personagens? Porque é que não confiamos a compreensão das personagens às nossas intuições e sentimentos individuais? Ou dito de outra forma: quais são as aplicações possíveis de teorias sistemáticas, de métodos, de modelos e de categorias para a análise de personagens? No meu texto proponho que existem pelo menos três áreas práticas em que as teorias da personagem se prestam a diferentes usos: (1) criação; (2) interpretação e (3) crítica cultural de personagens. Nestes contextos, e citando uma frase célebre de Béla Balázs, nada é mais prático do que uma boa teoria. Porém, o que torna uma teoria boa ou útil é o uso que dela é feito. Para ilustrar este tipo de questões, apresentarei brevemente o meu próprio modelo de análise de personagens, indicando alguns dos seus usos possíveis, primeiramente esboçados, a título de exemplo, em personagens fílmicas. Às vezes, a distinção teórica das personagens em quatro categorias gerais – seres ficcionais, artefactos, símbolos e sintomas – pode revelar-se útil nestas três áreas, ainda que de formas diferentes.
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Eder, J. (2016). ANALYZING CHARACTERS: CREATION, INTERPRETATION, AND CULTURAL CRITIQUE. Revista de Estudos Literários, 4, 69–96. https://doi.org/10.14195/2183-847x_4_3
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