O Pensamento de Fronteira de Carolina Maria de Jesus

  • Oliveira É
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Resumo Este texto tem como objetivo refletir a respeito da pretensa universalidade do conhecimento, discutindo o modo como explicações eurocêntricas sobre o mundo acabam por orientar nossa produção acadêmica. Parte-se da ideia de que a colonialidade epistemológica, ao designar aquelas(es) que teriam direito de produzir teorias, acaba por criar uma série de não existências o que, em última instância, leva ao desperdício de experiências. A partir do conceito de pensamento de fronteira, desenvolvido pela perspectiva decolonial, trago a obra da escritora Carolina Maria de Jesus para discutir a possibilidade de se pensar a realidade a partir da ferida aberta pela diferença colonial. Com suas narrativas, Carolina permite que se compreenda que o conhecimento é gerado a partir de uma geopolítica que procura excluir algumas vozes e que, a despeito de incontáveis estratégias de subalternização, essas vozes teimam em resistir. Deseja-se aqui desempalidecer epistemes e produzir olhares “outros” para a produção de conhecimento em psicologia social.Abstract This text reflects on the alleged universality of knowledge, discussing the way Eurocentric explanations of the world end up guiding our academic production. It is assumed that epistemological coloniality, by designating those who have the right to produce theories, creates a series of nonexistences that ultimately lead to waste of experiences. Based on the concept of border thinking developed by the decolonial perspective, I discuss the work of the writer Carolina Maria de Jesus and the possibility of thinking about reality according to the wound opened by colonial difference. Through her narratives, Carolina allows us to comprehend that knowledge is generated from geopolitics that tries to exclude some voices and that, despite countless strategies for subalternation, those voices insist on resisting. This paper should thus serve to depart from epistemes and to produce “other” perspectives for the production of knowledge in social psychology.Resumen Este texto tiene como objetivo reflexionar sobre la pretendida universalidad del conocimiento, discutiendo cómo explicaciones eurocéntricas sobre el mundo acaban por orientar nuestra producción académica. Se parte de la idea de que la colonialidad epistemológica, al designar aquellas que tendrían derecho a producir teorías, acaba por crear una serie de no-existencias, lo que, en última instancia, lleva al desperdicio de experiencias. A partir del concepto de pensamiento de frontera, desarrollado por la perspectiva decolonial, utilizo la obra de la escritora Carolina Maria de Jesus para discutir la posibilidad de pensar la realidad a partir de la herida abierta por la diferencia colonial. Las narrativas de Carolina permiten comprender que el conocimiento es generado a partir de una geopolítica que busca excluir algunas voces y que, a pesar de incontables estrategias de subalternización, esas voces resisten. Se busca aquí desempalidecer epistemes y producir “otras” miradas para la producción de conocimiento en psicología social.

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Oliveira, É. S. (2020). O Pensamento de Fronteira de Carolina Maria de Jesus. Psicologia: Ciência e Profissão, 40. https://doi.org/10.1590/1982-3703003212106

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