Este artigo analisa como podemos entender a corrupção como algo ancorado em práticas comuns e cotidianas. Evitando a dupla armadilha da condenação e do relativismo, ele mostra como os pobres urbanos consideram que a aspiração a uma comunidade política purificada cria as condições de possibilidade nas quais o espaço político de ação se fecha para aqueles que estão dentro do que se poderia chamar de complexo da corrupção. Movendo-se entre a etnografia e a literatura, o texto presta muita atenção a formas de fala, bem como a formas de ação, e demonstra que os pobres têm uma compreensão muito mais matizada do Estado do que a maneira como ele é representado no trabalho de intelectuais e ativistas públicos.
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Das, V. (2017). A corrupção e a possibilidade da vida. Revista Pós Ciências Sociais, 14(27), 131. https://doi.org/10.18764/2236-9473.v14n27p131-148
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