Este artigo aborda a dinâmica saúde/sofrimento mental, vivida por educadores sociais de uma escola, no trabalho com adolescentes em situação de rua. Trata-se do resultado de pesquisa de mestrado desenvolvida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A metodologia em psicodinâmica do trabalho foi utilizada para a investigação da relação de prazer e/ou sofrimento, além da identificação das estratégias individuais e coletivas, construídas por esses educadores, para o enfrentamento do cotidiano no trabalho. Verificou-se que os educadores encontram-se mobilizados pela situação de vida do público atendido, assim como pelas relações estabelecidas com os colegas e com a rede de serviços externa à escola. Também está presente um esvaziamento dos vínculos de confiança e de cooperação entre os pares, não possibilitando a construção coletiva de superação das dificuldades encontradas. As mudanças de gestão, a descontinuidade de programas e projetos têm influenciado diretamente a escola e seus trabalhadores, mas, ao mesmo tempo, ainda permanece, nesses educadores, o desejo de transformação da realidade. É possível afirmar a importância da manutenção de um espaço público de discussão dos trabalhadores da escola, que possa qualificar seu trabalho e construir relações baseadas na confiança e cooperação. Assim, tendem a ser viabilizadas transformações das situações de trabalho, bem como a criação de novas maneiras de trabalhar e de promover saúde.
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Bottega, C. G., & Merlo, Á. R. C. (2010). Prazer e sofrimento no trabalho dos educadores sociais com adolescentes em situação de rua. Cadernos de Psicologia Social Do Trabalho, 13(2), 259. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v13i2p259-275
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