Este artigo apresenta o que dizem os professores que atuam nos cursos de Pedagogia, nas instituições envolvidas na pesquisa “O significado de ser Pedagogo para os alunos do novo curso de Pedagogia-Licenciatura”, desenvolvida nos anos de 2010 e 2011, tendo como campo três universidades: uma instituição privada, uma municipal e outra federal, localizadas em dois estados da região sudeste do Brasil. Adotou-se no processo investigativo uma metodologia com abordagem qualitativa, com pesquisa documental da legislação e dos projetos pedagógicos das instituições, com apoio teórico entre outros de: Gimeno Sacristan, Apple, Bourdieu, Ball, Saviani. Foram sujeitos da pesquisa, ouvidos por meio de entrevistas e questionários, alunos, professores e gestores do curso em estudo nas universidades pesquisadas. Três categorias fundamentaram a investigação: o significado de ser pedagogo, o projeto pedagógico e o currículo e a nova legislação. Da pesquisa destacaram-se para este artigo os dados obtidos por meio de um questionário aplicado aos professores visando compreender o entendimento dos mesmos acerca das categorias definidas para o estudo. Em 2006, alinhada à tendência neoliberal, foi aprovada a Resolução nº 1, do Conselho Nacional de Educação, que instituiu as novas diretrizes curriculares nacionais para o curso de Pedagogia (DCNs), definindo-o como responsável pela formação de professores para a Educação Infantil, anos iniciais do Ensino Fundamental, para cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal e para cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (Artigo 2º). Embora não tenham impedido a formação dos profissionais da educação, a dificultou pelo excesso de atributos exigidos na formação do professor. Os resultados da pesquisa apontam que nos cursos mais novos, implantados após 2006, os professores percebem a incorporação do conceito de Profissional da educação na formação para a gestão no curso de Pedagogia. Entretanto, no curso mais antigo, os professores julgam que, embora não impeçam inviabilizam na prática a formação do gestor e sentem dificuldade para se desvencilhar da cultura anterior do curso, mostram certa nostalgia em relação a esse e consideram que as diretrizes tiveram que ser açodadamente implantadas, sem a discussão anterior necessária com quem iria implantá-las. Há uma concordância nos três grupos de que houve inovação nos projetos pedagógicos após a aprovação das diretrizes, destacando-se o esforço na integração teoria e prática, e a ampliação do espaço para as metodologias de ensino da Educação Básica. A maioria dos professores entrevistados afirma que os projetos pedagógicos dos cursos em que atuam assumem a formação do licenciado com todos os requisitos previstos pelas DCNs. Todas as instituições apresentaram em comum o desafio para articular a formação geral e especifica do Pedagogo, contemplando todos os pré- requisitos oficiais para a formação do licenciado.
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Machado de Paula, H., Haas, C. M., & Magna Bonifácio de Araújo, R. (2017). A docência no curso de Pedagogia - licenciatura: o que dizem os professores sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais. Revista Diálogo Educacional, 17(52), 527. https://doi.org/10.7213/1981-416x.17.052.ao01
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