Nas classes e palestras de introdução à administração, desperta sempre a curiosidade do auditório lançar a pergunta: "O que vocês acham: Administração é ciência ou arte?" Estamos diante de um dictum interessante e estimulante à discussão. O artigo tem dois objetivos: desvendar a ambiguidade da pergunta - talvez uma das razões de sua sobrevivência - e, a partir dela, examinar a adequação de discutir-se "cientificidade" em nosso saber, questão importante para os rumos da academia nessa área. Para o primeiro objetivo, mais modesto, nos valeremos de análise pragmática e semântica da linguagem, para o segundo, que concentra a maior parte do texto, das teorias sobre a natureza da ciência e a pretendida distinção entre ciência e não ciência. Surgem, então, evidências de que o dictum encerra um mal-entendido.In classes and lectures of introduction to administration, when the question "What do you think: Is administration science or art?" is asked, the audience is always curious. We face here an interesting and discussion-stimulating dictum. This article has two goals: to disclose the question ambiguity - maybe one of the reasons for its survival - and from there, analyze how appropriate it is to discuss "scientificity" in our knowledge system, an important question for academic routes in that area. For the first - more modest - goal, we will use language pragmatic and semantic analysis; for the second, concentrating most of the text, theories about science nature and the intended distinction between science and non-science. Evidences arise, then, that the dictum contains a misunderstanding.
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Mattos, P. L. C. L. de. (2009). “Administração é ciência ou arte?” O que podemos aprender com este mal-entendido? Revista de Administração de Empresas, 49(3), 349–360. https://doi.org/10.1590/s0034-75902009000300009
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