O artigo intitulado: Consumo Alimentar e Perfil Antropométrico de Tenistas Amadores e Profissionais (Vol. 15, No 6 – Nov/Dez, 2009) aborda um tema de grande relevância para profissionais e estudiosos do tênis, sobretudo pela escassez de artigos científicos, produzidos em nosso país, que tratam de aspectos nutricionais e da composição corporal de tenistas. Nesse estudo, os autores avaliaram a porcentagem de gordura de dois grupos de atletas de tênis do sexo masculino, sendo um de amadores e outro de profissionais, utilizando quatro equações preditivas de densidade corporal diferentes. Há diversas equações preditivas de densidade e gordura corporal a partir da medida de espessura de dobras cutâneas, sendo muitas delas derivadas de estudos com atletas de diferentes modalidades esportivas esportivas(1). Assim, a escolha da equação preditiva deve levar em consi- deração aspectos como a etnia, o sexo, a idade, o nível de treinamento e a quantidade de gordura corporal do avaliado, a fim de aumentar a validade de predição da técnica(2). No estudo em questão, as equações utilizadas foram produzidas com base em estudos de sujeitos com características diferentes às de atletas de tênis, o que pode ter comprometido, significativamente, os resultados encontrados. A equação de Jackson et al.(3) foi criada para avaliar mulheres não atletas, o que pode explicar os menores resultados de porcentagem de REFERÊNCIAS 1. Costa RF, Böhme MTS. Avaliação morfológica no esporte. In: Biezek S, Alves LA, Guerra I. Estratégias de nutrição e suplementação no esporte. Barueri: Manole, 2005. 2. Costa RF. Composição corporal: avaliação prárica. In: Hirschbruch MD, Carvalho JR. Nutrição esportiva: uma visão prárica. 2ª ed. Barueri: Manole, 2008. 3. Jackson AS, Pollock ML, Ward A. Generalized equations for predicting body density of women. Med Sci Sports Exerc 1980;12:175-82. 4. Durnin JV, Womersley J. Body fat assessed from body density and its estimation from skinfold thick- ness: measurements on 481 men and women aged from 16 to 72 years. Br J Nutr 1974;32:77-97. gordura encontrados para os dois grupos de tenistas estudados, quando da utilização desta equação. Durnin e Womersley(4) produziram suas equações para a população em geral, de 16 a 74 anos de idade, do Reino Unido, ou seja, também não específicas para atletas. Quanto às equações de Guedes(5) e Petroski(6), o primeiro autor contou, em sua amostra, com estudantes universitários do Rio Grande do Sul, e o segundo, com população de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, sendo que, em ambos os estudos, as equações não foram produzidas para avaliar atletas. A utilização de equações não específicas para atletas, neste caso para tenistas, causa dúvidas quanto aos resultados encontrados no referido estudo, e pode sugerir valores de referência inadequados para atletas desta modalidade. Sinning et al.(7) propuseram valores de referência para atletas de diferen- tes modalidades esportivas, utilizando equações específicas. Para tenistas do sexo masculino os autores encontraram valor médio de porcentagem de gordura de 11,3 ± 5,2; inferior ao encontrado nas três equações para sexo masculino do artigo em questão. Em conclusão, sugere-se que para a avaliação da composição corporal de atletas, a escolha das equações preditivas seja feita de forma cuidadosa, considerando-se as características dos avaliados, para que seja obtida maior validade de estimativa da porcentagem de gordura corporal.
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Costa, R. F. da, Gomes, R. V., Lima Ribeiro, S. M., Veibig, R. F., & Aoki, M. S. (2010). Equações preditivas de gordura corporal: saber escolher é fundamental. Revista Brasileira de Medicina Do Esporte, 16(5), 393–394. https://doi.org/10.1590/s1517-86922010000500015
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