O presente estudo objetivou identificar e analisar os conhecimentos e as atitudes dos cirurgiões-dentistas (CD) da rede pública de Pelotas-RS frente aos maus-tratos infantis (MTI). Os dados foram coletados por um questionário semiestruturado. Coletaram-se informações sociodemográficas, relativas ao trabalho, conhecimentos e atitudes dos CD. Realizou-se uma análise estatística descritiva e associações entre as variáveis independentes com os conhecimentos e atitudes por meio do teste de Exato de Fisher e Qui-quadrado (p<0,05). Dos 45 CD incluídos na amostra, mais da metade afirmaram nunca ter recebido informações sobre o tema, 71,1% entenderam ser responsabilidade do CD a identificação de casos suspeitos, 50% não souberam informar a respeito da implicação legal sobre a falta de notificação e 86,7% acreditaram que se deve avisar ao médico ou enfermeiro para que eles tomem alguma atitude. Observou-se que 60% dos profissionais nunca suspeitaram de um caso e 25% dos que suspeitaram tomaram alguma atitude. Houve associação estatística entre a responsabilidade do CD e o sexo e o tempo de formação, da atitude correta frente a um caso suspeito e a pós-graduação, e ainda, da implicação legal com a idade e tempo de formação. Os conhecimentos e atitudes dos CD sobre MTI foram melhores entre profissionais mais jovens, do sexo feminino, com menor tempo de formados, possuindo ou cursando alguma pós-graduação. Os CD conhecem sua importância frente a essa violência, porém apresentam dificuldades quanto às atitudes a tomar.
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Demarco, G. T., Silva-Júnior, I. da, & Azevedo, M. S. (2021). Conhecimentos e atitudes de cirurgiões-dentistas da rede pública de Pelotas-RS frente aos maus-tratos infantis. Revista Da ABENO, 21(1), 1077. https://doi.org/10.30979/revabeno.v21i1.1077
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