OBJETIVO: Analisar os fatores associados à prematuridade em casos notificados de sífilis congênita no município de Fortaleza, Ceará, Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal realizado em dez maternidades públicas de Fortaleza, Ceará, Brasil. Foram incluídos 478 casos notificados de sífilis congênita em 2015, e os dados foram coletados das fichas de notificação, dos prontuários das mães e dos bebês e do cartão de pré-natal. Para a análise bivariada, foram utilizados os testes do qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher, considerando p < 0,05. Realizou-se regressão logística múltipla, apresentando razão de chances (OR) com intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: Encontrou-se 15,3% de prematuridade em gestantes com sífilis. A titulação do teste VDRL > 1:8 no parto (OR 2,46; IC95%: 1,33–4,53; p = 0,004), o não tratamento da gestante ou tratamento realizado com drogas diferentes da penicilina durante o pré-natal (OR 3,52; IC95%: 1,74–7,13; p < 0,001) estiveram associados a maiores chances de prematuridade. CONCLUSÃO: A prematuridade decorrente da sífilis congênita é um agravo evitável, desde que as gestantes com sífilis sejam tratadas adequadamente. As fragilidades na assistência pré-natal estão associadas a este desfecho, o que ressalta a importância de implementar políticas públicas voltadas a melhorar a qualidade do pré-natal.
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Araújo, M. A. L., Esteves, A. B. B., Rocha, A. F. B., Junior, G. B. da S., & Miranda, A. E. (2021). Fatores associados à prematuridade em casos notificados de sífilis congênita. Revista de Saúde Pública, 55, 28. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055002400
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