Os numerosos casos de linchamento no Brasil, nos últimos 20 anos, sugerem que as mudanças sociais estão ocorrendo em direção oposta à das orientações cognitivas adotadas pelos cientistas sociais. Os linchamentos indicam que a cultura popular, nas circunstâncias do desenvolvimento e da modernização excludentes, nem sempre é e nem está necessariamente voltada para a a afirmação de tradições que dignificam o homem e afirmam sua emancipação e sua liberdade. Eles revelam sem dúvida uma mentalidade de compromisso com o primado do social e dos direitos da sociedade em relação ao indivíduo. Mas, revelam-no em sua dimensão mais opressiva e punitiva, assumindo formas violentas de exclusão e desumanização ritual de suas vítimas.
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MARTINS, J. D. S. (1996). Linchamento o lado sombrio da mente conservadora. Tempo Social, 8(2), 11–26. https://doi.org/10.1590/ts.v8i2.86293
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