Neste artigo, que partiu de uma pesquisa documental cujo referencial teórico-metodológico foi o pensamento de Michael Foucault, analisa-se como os discursos sobre a morte circulam na mídia brasileira, produzindo um currículo do final da vida. O material empírico foi composto de dez reportagens que circularam entre 2002 e 2012 nas revistas Época e Veja. Para delimitar o corpus de análise, elaborou-se um mapeamento discursivo com o software ATLAS.ti 7, e os achados foram submetidos à análise do discurso de inspiração foucaultiana. A aceitação da morte e sua domesticação despontam como estratégias produzidas pelo Estado e legitimadas pela mídia. As revistas informativas brasileiras produzem um currículo do final da vida, ensinando e propagando a aceitação da morte e convocando os sujeitos a governarem seu fim. Aqueles que escapam dessa ordem discursiva são considerados os "anormais" no contexto do final da vida.This paper analyzed how the discourse on death circulates within the Brazilian media, thereby producing an end-of-life curriculum vitae. It stemmed from document research in which the theoretical-methodological reference framework was the thinking of Michel Foucault. The empirical material was composed of ten reports that circulated in the magazines Época and Veja between 2002 and 2012. To delimit the corpus for the analysis, discursive mapping was elaborated using the ATLAS.ti 7 software. The findings were subjected to discourse analysis inspired by Foucault’s thinking. The acceptance of death and its domestication appeared as strategies produced by the State and legitimized through the media. These informative Brazilian magazines produced end-of-life curricula vitae, thereby teaching and publicizing acceptance of death and calling on subjects to govern their own end. Those who escape from this discursive order are considered to be "abnormal" in the end-of-life context.En este artículo, que partió de una investigación documental cuyo referente teórico-metodológico fue el pensamiento de Michael Foucault, se analiza como los discursos sobre la muerte circulan en los medios brasileños, produciendo un currículo del final de la vida. El material empírico constó de diez reportajes que circularon entre 2002 y 2012 en las revistas Época y Veja. Para delimitar el corpus de análisis se elaboró un mapeo discursivo con el software ATLAS.ti 7, y los hallazgos se sometieron al análisis del discurso de inspiración foucaultiana. La aceptación de la muerte y su domesticación surgen como estrategias producidas por el Estado y legitimadas por los medios. Las revistas informativas brasileñas producen un currículo del final de la vida, enseñando y propagando la aceptación de la muerte y convocando a los sujetos para que gobiernen su fin. Aquellos que están fuera de ese orden discursivo se consideran "anormales" en el contexto del final de la vida.
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Cordeiro, F. R., & Kruse, M. H. L. (2015). A produção do currículo do final da vida por meio do dispositivo pedagógico da mídia. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 19(55), 1193–1205. https://doi.org/10.1590/1807-57622014.0199
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