RESUMO No período de 2009 a 2013, os abatedouros com Serviço de Inspeção Municipal (SIM) do município de Pelotas-RS abateram 15.408 bovinos, identificando-se 389 com cisticercose, o que representou a prevalência média de 2,5%. A distribuição temporal da prevalência revelou as maiores frequências, com diferenças significativas, nos meses de maio e dezembro, com uma razão de chances (OR) de 1,35 (1,06 < OR < 1,71), χ 2 = 6,32 e valor de p = 0,0113. Retornando 18 semanas dos períodos de maior prevalência para investigar as causas de contaminação ambiental, identificou-se que os meses de julho, janeiro e fevereiro, no período 2009 a 2013, tiveram precipitações pluviométricas superiores a 100 mm, o que constitui um fator de dispersão de ovos de Taenia saginata. Os abatedouros com SIM são abastecidos com poucos animais provenientes de pequenas propriedades, principalmente de agricultura familiar. Estas propriedades incrementam a mão de obra especialmente nos meses de julho, dezembro, janeiro e fevereiro, quando os filhos dos agricultores se encontram em período de férias escolares e ajudam no manejo dos animais e também na agricultura. Eles auxiliam na colheita da soja (janeiro a maio), do milho (dezembro a junho), do fumo (dezembro a fevereiro) e do feijão (outubro a março). Portanto, aumenta a concentração de provável fonte de infecção no campo. No cálculo do índice endêmico da cisticercose bovina por meio do critério do quartil, baseado nos dados retrospectivos do período de 2009 a 2013, o terceiro quartil (zona de alerta) apresentou prevalências esperadas refletindo a descrição acima. Ou seja, além das maiores precipitações em julho, janeiro e fevereiro, também nesta época identificamos maior concentração de estudantes em férias, representando potenciais fontes de infecção. DESCRITORES: Cisticercose. Perdas econômicas. Fatores de risco. Bovinos.
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Teixeira, J. L. R., Recuero, A. L. C., & Brod, C. S. (2015). ESTUDO AMBISPECTIVO DE COORTE DA CISTICERCOSE BOVINA EM ABATEDOUROS COM SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL (SIM) NA REGIÃO SUL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL. Revista de Patologia Tropical, 44(2). https://doi.org/10.5216/rpt.v44i2.36644
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