Com o propósito de pensar dois temas que vêm marcando as discussões recentes do campo educacional brasileiro, a saber, o movimento escola sem partido e a dita “ideologia de gênero”, esse texto irá tratar de tais temáticas à luz do que denominamos formação de uma agenda privatizante moralizadora da educação brasileira. Para discutir a composição dessa agenda, o artigo aborda a relação entre Estado, religião e democracia, discutindo a concepção de laicidade, a construção de um quadro conservador que se desenhou no Brasil de forma mais explícita na última década e seus contornos para a educação. Almeja-se apresentar a ingerência de diferentes segmentos conservadores, com destaque para a ação de agentes religiosos na produção das políticas educacionais recentes do país. A identificação desses agentes, suas movimentações e discursos constituem parte deste trabalho, que procura compreender parte das estratégias utilizadas, bem como identificar os principais argumentos que vêm permitindo implementar e sustentar essa agenda na cena educacional do país. Para isso, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, envolvendo análise documental e levantamento de discursos que se destacaram nesse percurso. Por fim, pretendeu-se com este artigo contribuir com os estudos referentes à laicidade e à importância dessa para o campo educacional e para o estágio de democracia do país.
CITATION STYLE
Mendonça, A. A. de, & Moura, F. P. de. (2019). “Ideologia de gênero" e escola sem partido: a agenda privatizante moralizadora para a educação brasileira. Revista Interinstitucional Artes de Educar, 5(2), 201–222. https://doi.org/10.12957/riae.2019.44849
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.