A quebra do paradigma “Sentido Da Colonização”: notas sobre o debate historiográfico do Brasil Colonial, Antigo Sistema Colonial e Antigo Regime nos Trópicos.

  • Salles W
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Resumo: Este artigo retoma as bases historiográficas de duas correntes brasileiras: Antigo Sistema Colonial e Antigo Regime nos Trópicos. Buscamos compreendê-las epistemologicamente com o intuito de explicar as características do acalorado debate historiográfico atual. Analisamos as bases de fundação da corrente “paulista”, as principais teses que compõem a compreensão do passado colonial, a partir da consolidação das pesquisas de Fernando Novais. Explicamos alguns dos pontos que direcionaram a construção de sua obra A Crise do Antigo Sistema Colonial, tais como o marxismo/estruturalismo, a longa duração braudeliana etc. Demonstramos que, posteriormente à consolidação de sua obra, surgiram críticas, principalmente, depois da década de 90, a partir das teses de João Fragoso e Manolo Florentino, e em 2001 a criação do grupo Antigo Regime nos trópicos. Ressaltamos as influências que esse grupo sofreu (tais como a do historiador português Antônio Manuel Hespanha e do filósofo francês Foucault), os desafios historiográficos lançados por esse grupo e, sobretudo, mas, também os desenlaces advindos de sua tese, tais como a exclusão dos estudos referentes à escravidão. Atrelamos o desenvolvimento do grupo às críticas pós-modernas, ao neoliberalismo e à conjuntura econômica dos últimos anos. Nossa hipótese é a de que o surgimento do grupo “carioca” explica-se pelo contexto da década de 1990 e 2000, no qual procura-se entender os problemas brasileiros. Em conjunto com as propostas políticas adotadas, notadamente ligadas ao neoliberalismo, a tese é a de que os problemas do Brasil existiam devido a uma longa duração da desigualdade social, fruto do acúmulo interno de capitais, de maneira hierarquizada. Em suma, o problema não estava no capitalismo externo, como procurou explicar Novais e grande número de autores nas décadas de 1950, 60 e 70.Abstract: This article takes up the historiographical bases of two Brazilian tendencies: Antigo Sistema Colonial and Antigo Regime nos Trópicos. We seek to understand them epistemologically in order to explain the characteristics of the current historiographical heated clash. We analyze the founding basis of the "Paulista" tendency, the main theses that compose the understanding of the colonial past, from the consolidation of the research of Fernando Novais. We explain some of the keywords that have directed the construction of his work "Crise do Antigo Sistema Colonial", such as Marxism/ structuralism, Braudelian long term, etc. We have shown that after the consolidation of his work, there were criticisms, especially after the 90s, from the thesis of João Fragoso and Manolo Florentino, and later, in 2001, with the creation of the group Antigo Regime nos trópicos. We emphasize the influences that this group suffered (such as Foucault and the Portuguese author António Manuel Hespanha), the historiographical challenges he launched and, above all, the challenges they must face (as the "exclusion" of slavery in their explanations). We connected the development of the group to post-modern criticism to neoliberalism and the economic situation of recent years. Our hypothesis is that the emergence of the group "carioca" is explained by the context of the 1990s and 2000s, which seeks to understand Brazilian problems in face of the policy proposals, neoliberalism, the thesis is that Brazil's problems exist because of a long-term social inequality, the result of internal capital accumulation, in a hierarchical manner. The problem was not in the external capitalism, tried to explain how Novais and large number of authors in the 50, 60 and 70.

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Salles, W. D. (2017). A quebra do paradigma “Sentido Da Colonização”: notas sobre o debate historiográfico do Brasil Colonial, Antigo Sistema Colonial e Antigo Regime nos Trópicos. Almanack, (15), 245–293. https://doi.org/10.1590/2236-463320171507

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