O artigo tem por objetivo justificar e avaliar a teologia política como disciplina de estudos e de pesquisas. Investigadores de várias áreas do saber, entre as quais as Ciências da(s) Religião(ões), têm debatido acerca da polissemia do conceito. Se observarmos publicações sobre o tema, a partir dos anos 1980, vê-se que teologia política se refere à interferência religiosa em temas de interesse público, que se trata do discurso sobre a autoridade política baseada na revelação divina, ou ainda se refere a um modo específico de compreender a influência da teologia no espaço público, entre outras abordagens. Assumiremos aqui a teologia política como disciplina de estudos que investiga e avalia o entrecruzamento, o inter-relacionamento e a influência mútuos da religião, da teologia e da política e suas consequências no espaço público. A metodologia adotada é a da interpretação textual de autores de áreas distintas: filosofia, teologia, ciências religião, religious studies, ciência política, história, entre outras. Para o fim aqui estabelecido, não temos a intenção de estabelecer juízo acerca de métodos específicos de que se valem os estudos nessas áreas. Debatemos a teologia política a partir de diferentes posições teórico-metodológicas analisando suas distintas concepções. Partiremos da hipótese de que a compreensão segundo uma divisão por gêneros e a posterior explicitação das filiações teóricas e repercussões no espaço público põem em destaque a teologia política como um campo de investigação indispensável para as áreas da(s) Ciência(s) da(s) religião(ões) e das humanidades na contemporaneidade.
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Barros, D. F. (2020). TEOLOGIA POLÍTICA. INTERAÇÕES, 15(1), 12–41. https://doi.org/10.5752/p.1983-2478.2020v15n1p12-41
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