As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são freqüentes na adolescência e podem contribuir no aumento do número de casos de AIDS. A iniciação sexual precoce, a multiplicidade de parceiros e o não uso de preservativo nas relações sexuais têm sido apontados como fatores de risco, e são influenciados por um sistema de gênero que se pauta na dominação masculina. Para identificar possíveis fatores de risco às DST na adolescência, foi feito um estudo com 356 adolescentes atendidos no Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, por meio de entrevistas semi-estruturadas. Os principais resultados na população estudada mostraram que os rapazes têm maior número de parceiras e iniciam a atividade sexual mais cedo. As moças, por sua vez, usam menos preservativo e são vítimas mais freqüentes de abuso sexual. Estes dados confirmam um modelo sustentado em valores tradicionais de gênero que demarcam as esferas masculina e feminina supondo uma supremacia da primeira. Conclui-se que para se ter um controle mais efetivo das DST é necessário ampliar-se o debate em torno dos modelos de masculinidade e feminilidade culturalmente construídos.Sexually transmitted diseases (STDs) are frequent in adolescence and contribute to the increase in the number of AIDS cases. Early sexual initiation, multiple sex partners, and lack of condom use are considered risk factors and are influenced by a male-dominated gender system. We interviewed 356 adolescent patients at the Adolescent Health Research Center in Rio de Janeiro State University to identify possible STD risk factors in adolescence. Young men reported more partners and early sexual initiation. Females used condoms less frequently and were more subject to sexual abuse. The results confirm a model sustained by traditional gender values that demarcate the male and female spheres, with male supremacy. We conclude that to achieve more effective STD control, it is necessary to expand the discussion on culturally constructed patterns of masculinity and femininity.
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Taquette, S. R., Vilhena, M. M. de, & Paula, M. C. de. (2004). Doenças sexualmente transmissíveis e gênero: um estudo transversal com adolescentes no Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública, 20(1), 282–290. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2004000100046
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