Neste artigo é analisada a distribuição da renda no Brasil de 1995 a 2019 com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Considera-se a distribuição da renda domiciliar per capita, a distribuição do rendimento do trabalho entre pessoas ocupadas e a distribuição do rendimento do trabalho entre pessoas economicamente ativas, argumentando que esta última é a mais apropriada se o foco da análise é o mercado de trabalho. Mostra-se que, embora haja diferenças metodológicas importantes entre a PNAD tradicional e a PNAD Contínua (com esta última captando melhor a desigualdade da distribuição da renda), é perfeitamente possível concatenar as séries de resultados das duas pesquisas. A análise da distribuição da renda domiciliar per capita de 1995 a 2019 mostra substancial redução da pobreza e da desigualdade até 2014. Infelizmente, no período 2014-2019 ocorre inversão no sentido dessas mudanças, perdendo-se cerca de 1/3 da redução da desigualdade e 1/4 da redução da pobreza conquistada no período anterior. Mostra-se que, em uma situação de crise como a que ocorreu no Brasil a partir de 2015, a análise limitada às pessoas ocupadas não mostra o real aumento da desigualdade.
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Hoffmann, R. (2020). Desigualdade de renda no Brasil, 1995-2019. RBEST: Revista Brasileira de Economia Social e Do Trabalho, 2, e020007. https://doi.org/10.20396/rbest.v2i.14205
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